domingo, 8 de dezembro de 2013

"Quando tiver os seus, você vai me entender."

Ainda culpo meus pais por tudo que já sou, porque já cresci e tudo em mim se tornou absurdo.
Quem espera ter culpa sobre sua própria criação?
Seria mais fácil de lidar se a culpa fosse de quem te ajudou, de quem te protegeu, de quem te deu o tinha na boca para não te ver chorar de fome.
Não espera que te cobrem, nem por um instante, que suas falhas e seus erros não sejam fruto das falhas no processo que te fizeram gente?
"Aprenda com eles, porque são os únicos que te ensinam por amor"
Erros, porque eu sempre me agarro neles como se fossem a única verdade.
Os defeitos, sempre como únicas características.
Eu mostro a eles muitas vezes o que lhes deixem menos tristes, minha verdade se distancia dos seus ideais, e aqueles que tentaram me ensinar... muitos deles. Com isso perdi tanto muitas vezes, e em outras estou apenas sendo uma pessoa diferente, nem melhor nem pior.
"Sempre que ela pega uma tesoura na mão para cortar alguma coisa, fica mexendo a boca e fazendo esses bicos como se a boca acompanhasse o corte da tesoura, e ainda faz isso."
"... eu sei que foi errado ler, mas eu fiz isso porque estava preocupada com você. Porque você não me conta mais nada?"
Quando você já não cabe mais no colo, e a barriga que habitou é de alguém  menor que podes carregar no colo. Quando todos os dias de noite tens que fazer um furo na ponta do dedo dele para saber se hoje não vai precisar de insulina, aquele que um dia te segurava pela mão enquanto caminhava e quando você conseguia tropeçar com essa única mão te levantava antes que chegasse ao chão.
Você vê que são os motivos para que faça o mesmo por eles.
Você pode melhorar o que se tornou quando a cobrança for sua também.


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